Repartições públicas, bancos e prédios comerciais permanecem com luzes acesas durante a madrugada. Cemig lança programa de racionalização e prevê tarifas diferenciadas.
Bianca Giannini
O desperdício de energia no País, que gira em torno de 18% do total que é produzido, é de fácil constatação para quem transita à noite nas ruas das grandes cidades. Seja em prédios públicos ou em estabelecimentos comerciais, o tanto que se gasta de energia desnecessariamente é evidente. São bancos que permanecem com as luzes acesas durante toda a madrugada, repartições públicas totalmente iluminadas também fora do horário de expediente, além de vitrines de lojas e shoppings.
De acordo com dados fornecidos pela Cemig, o desperdício de energia verificado atualmente no País corresponde à produção anual de uma grande usina hidrelétrica. Apesar de a companhia vir alertando sobre o risco de faltar energia desde o ano passado, somente segunda-feira as luzes do prédio da empresa, na avenida Barbacena, em Belo Horizonte, foram apagadas.
O prédio da empresa está passando por mudanças na iluminação, no sistema de ar condicionado e nos elevadores, de forma a economizar energia. Estão sendo trocadas as luminárias, com a utilização de um sistema que permitirá uma economia de 40%. Esse percentual representa redução de 5,2 MWh/dia, o que dá para abastecer 35 residências por mês. O custo da reforma na iluminação é de R$ 1,8 milhão.
O mesmo programa de modernização está sendo implantado na iluminação de prédios públicos, conforme informações da Cemig. Na Secretaria Estadual de Recursos Humanos e Administração, a economia chegou a 32%, e a Secretaria Estadual de Planejamento registrou índice de 29%.
O diretor de Operações da Cemig, Aloísio Vasconcelos, disse, durante o lançamento oficial do Programa de Energia Inteligente, que a economia começará pelo corte de iluminação em monumentos e prédios públicos. Valores diferenciados nas tarifas de energia, de forma a incentivar o consumo fora dos horários de pico, assim como reduzir a iluminação pública são ideias que também estão sendo estudadas. Estamos considerando a possibilidade de a cada quatro postes desligar um, de forma a trabalhar com 75% do total, disse Vasconcelos.